Ministra Cármen Lúcia é eleita presidente do TSE
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Ministra Cármen Lúcia, do STF (Foto: Carlos Humberto/SCO/STF) |
Ela será a primeira mulher a comandar a Justiça Eleitoral no Brasil.
Posse está prevista para o fim de abril; mandato é de dois anos.
A ministra do Supremo Tribunal
Federal (STF) Cármen Lúcia Antunes da Rocha foi eleita nesta terça-feira
(6) a nova presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Natural de Montes
Claros (MG), ela substituirá o ministro Ricardo Lewandowski no mais alto posto
da Justiça Eleitoral.
Ela recebeu seis votos e Marco
Aurélio Mello, um. Os votos dos ministros do TSE foram dados em urna
eletrônica. Marco Aurélio Mello será o novo vice-presidente do tribunal. A
eleição de Cármen Lúcia era aguardada uma vez que, tradicionalmente, assume a
presidência por dois anos o integrante mais antigo.
Cármen Lúcia será a primeira mulher
a comandar a Justiça Eleitoral e,
com um mandato de dois anos, terá como
principal desafio coordenar as eleições municipais de outubro. A posse da nova
presidente está prevista para o final de abril, mas ainda não tem data marcada.
Em seu primeiro discurso depois de
eleita, a ministra reafirmou compromisso com a Justiça Eleitoral e lembrou os
80 anos do voto feminino, completados no último dia 24 de fevereiro. Segundo
ela, na época, havia pouco mais de 1,5 milhão de mulheres eleitoras.
Atualmente, o Brasil possui um eleitorado de 136 milhões de pessoas, das quais
52% são do sexo feminino.
Cármem Lúcia destacou o avanço da
participação política das mulheres, mas lamentou que a "pouca"
representação feminina em cargos públicos.
"O quadro da cidadania mudou.
(...) Mas a democracia se faz com a construção permanente e o que nós todos,
brasileiros e brasileiras, queremos é exatametne construir um Brasil que seja
verdadeiramente democrático e que garanta não apenas a cidadania, mas condião
digna a cada ser humano", afirmou a presidente eleita do TSE.
Aos 55 anos, a ministra do Supremo
atraiu as atenções, no mês passado, durante o julgamento sobre a constitucionalidade
da Lei Maria da Penha. Cármen Lúcia afirmou que o preconceito contra a mulher
também atinge ministras da mais alta Corte brasileira.
"Alguém acha que uma ministra
deste tribunal não sofre preconceito? Mentira, sofre. Não sofre igual - outras
sofrem mais que eu -, mas sofrem. Há os que acham que não é lugar de mulher,
como uma vez me disse uma determinada pessoa sem saber que eu era uma dessas:
'Mas também agora tem até mulher'. Imagina", desabafou a ministra.
Atualmente, o Supremo Tribunal Federal
tem duas mulheres entre os 11 integrantes - Cármen Lúcia e Rosa Weber, que
assumiu no ano passado. A atual composição do TSE conta com quatro ministras,
além da presidente eleita, Nancy Andrighi, Laurita Vaz e Luciana Lóssio.
Ficha Limpa
A ministra atua no TSE desde 2009 e foi um dos componentes que defendeu, na
Justiça Eleitoral e no Supremo, a aplicação e a validade da Lei da Ficha Limpa.
A norma barra a candidatura de políticos condenados por órgãos colegiados.
"O ser humano se apresenta
inteiro quando ele se propõe a ser o representante dos cidadãos, pelo que a
vida pregressa compõe a persona que se oferece ao eleitor, e o seu conhecimento
há de ser de interesse público, para se chegar à conclusão quanto à sua aptidão
que a Constituição Federal diz, moral e proba, para representar quem quer que
seja", afirmou a ministra durante o julgamento, em fevereiro deste ano,
que considerou constitucional a Lei da Ficha Limpa.
Formada em Direito pela Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Cármen Lúcia é mestre em Direito Constitucional
e especialista em
Direito Empresarial, atuou como advogada e foi procuradora-geral
do estado de Minas Gerais, antes de ser indicada para o STF pelo ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, em junho de 2006.
Fonte: G1
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